Equipe da Petrobras chega ao Amapá para realizar teste pré-operacional para perfuração de poços de petróleo

Chegou ao Amapá esta semana, uma equipe operacional da Petrobras, que está prestes a iniciar a exploração de petróleo na costa do estado.

O grupo desembarcou na segunda-feira, 31, no município de Oiapoque, na margem equatorial brasileira que faz divisa com a Guiana Francesa, Território Ultramarino da França.

Está nos planos da estatal a perfuração de poços e iniciar a campanha em uma nova fronteira exploratória. A região abrange 5 bacias sedimentares, que se estendem da costa do Amapá ao Rio Grande do Norte.

Ainda pouco conhecida, a porção brasileira da Margem Equatorial tem grandes expectativas no setor. Isso porque a região está ao lado das bacias da Guiana e do Suriname, onde a ExxonMobil acumula mais de 25 descobertas. As reservas não estão abaixo de uma camada de sal, como no Sul e Sudeste, mas a região tem sido chamada de “novo pré-sal” pelas expectativas de volumes de petróleo e gás.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), estudos internos apontam “elevado potencial para a realização de descobertas relevantes de recursos prospectivos”. A Margem Equatorial é uma das prioridades da agência para oferta de áreas de exploração em leilões.

A Margem Equatorial é considerada uma área estratégica para a Petrobras e uma das fronteiras em águas profundas mais promissoras da indústria offshore no Brasil, com expressivo potencial petrolífero.

As áreas onde a Petrobras vai fazer a campanha foram adquiridas em consórcio com a BP e a TotalEnergies, em 2013. As multinacionais desistiram em 2020 e 2021, vendendo suas participações majoritárias para a brasileira.

A BP e a Total tentavam obter licença para perfuração, mas não tiveram sucesso. Saíram da Foz do Amazonas num momento em que buscavam apagar o rótulo de petroleira, posicionando-se como companhias de energia, com investimentos em renováveis.

A expectativa é que a Petrobras seja mais bem-sucedida nas tratativas com o Ibama. A Petrobras tem um histórico e experiência muito grande em águas profundas, que é o caso ali. É uma empresa brasileira, conhece as burocracias.

Para obter a licença, a Petrobras acordou com o Ibama a realização de um teste pré-operacional para avaliar o plano de contingência da estatal em caso de vazamentos.

No exercício serão testadas as estruturas de resposta da Petrobras para o atendimento da emergência e o Ibama avaliará a efetividade do Plano de Emergência Individual apresentado para atender a atividade de perfuração exploratória do bloco.

Após os teste que começaram a ter sua estrutura montada em Oiapoque, a expectativa de emissão da licença ambiental vem logo em seguida. O 1º poço será perfurado a 179 km da costa do Amapá, na altura do Oiapoque, em uma área adquirida da BP.

Em caso de acidentes nesse poço, o petróleo chegaria às águas da Guiana Francesa em 4 horas, segundo estudo de impacto ambiental.

Desde 2021, a Petrobras tem conversas com o Ministério de Relações Exteriores para fazer a articulação com os países caribenhos. Deve avisar os vizinhos Guiana Francesa, Guiana e Suriname antes da perfuração do 1º poço.

A campanha na Margem Equatorial continua até 2026. Em seu plano estratégico, a Petrobras prevê gastos de US$ 2 bilhões na região. Além da Foz do Amazonas, a estatal tem áreas para exploração nas bacias de Barreirinhas, Pará-Maranhão e Potiguar.

Oito poços serão perfurados no Amapá. O 1º começa agora em Oiapoque, onde a Petrobras vai realizar o teste pré-operacional, e outros 7 entre o final de 2023 e o início de 2026 nas áreas adquiridas da Total. A brasileira depende da licença ambiental para essas atividades.


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